QUI, 21/04/2016 - 16:21
ATUALIZADO EM 21/04/2016 - 16:23
Há muito tempo escrevi um post aqui sobre o
judiciário e Golem. Uma criatura que criada para a defesa das comunidades, se
esquece de suas funções e do inscrito em sua testa, "A verdade".
Golem se encheu de poder e de protetor se tornou o algoz da comunidade que o
criou. O post é antigo, mas já avisava que o golpe judiciário já havia
acontecido. O judiciário como Golem já é poder. Mas aos poucos o mítico Golem
se transforma em Hidra.
Aos poucos a face de Moro foi sendo trocada por
Janot. Pois como Hidra existem muitas cabeças, a cabeça Gilmar, a cabeça
Toffoli, a cabeça Fux, a cabeça Janot, mais recentemente o ressentido Facchini,
e o professor de teoria jurídica Barroso. Que após ter dado uma boa lição resolveu
aprovar todos os alunos,mesmo aquele que havia ido tão mal. No fundo da classe
, aparentemente o fundão resiste na figura de um Marcos Mello, aquele que não é
decano, e Lewandovsky que estava muito solitário.
O resto parece que se apraz em ser apenas o resto.
Acompanhando sempre a maré, ou falando leviandades em ambientes diversos. Aliás
leviandades seletivas. Existe um Teori, que como tal é quase uma abstração cuja
realidade eu ainda não consegui desvendar. Capaz de rapidamente prender
Delcídio, e lentamente, muito lentamente, e mais lentamente ainda se pronunciar
contra Cunha, contra Moro, contra os quais transbordam, ou desbordam, as provas
de ilícitos.
Contra Cunha um pretenso cuidado para não
extrapolar e interferir em um outro poder da República, (não teve tantos
pudores com Delcidio), mas rapidamente aceita e mantém liminares perpetradas
por qualquer desclassificado , ou alguém altamente classificado como inimigo
notório e interfere diretamente no executivo.
Afinal a presidente não consegue sequer indicar um
Ministro. Assim vão impossibilitando qualquer ação do executivo. Ao bel prazer
e ao sabor dos fatos e movimentos da maré, uma das cabeças da hidra, muda seus
pareceres sempre que o momento político assim o desejar. Retiram assim os
direitos políticos de um cidadão, Lula, contra quem a maior acusação é a posse
de um pedalinho, em águas estrangeiras. E de não ter comprado um apartamento
que insistem dizer que é dele.
Enquanto as provas da má-fé, da virulência e da
obsessão se manifestam. O silêncio total desta corte para o teatro imoral e
obsceno que assistimos naquela secção do impeachment. Uma secção onde
torturadores foram brindados, acusações, xingamentos, da mais profunda
baixaria, foram proferidos contra uma autoridade estabelecida, a presidência da
República.
Ataques homofóbicos, e demonstrações criminosas de
preconceitos foram não só divulgados pela imprensa, como tiveram desta mesma
imprensa destaque, porque esta imprensa ataca através da boca de outros. Uma
imprensa que continua a fazer propaganda do que há de mais baixo na nossa sociedade.
Um imprensa que por diversas vezes ofendeu a presidente da Republica mas trata
respeitosamente o presidente da Câmara Eduardo Cunha, dando força a um
condenável, jamais condenado.
Todo aquele circo não mereceu sequer uma censura
por parte do nosso atual poder maior, o STF. Embora tenha se manifestado
duramente contra uma conversa íntima vazada ilegalmente. Enquanto isto nos
bastidores, as três cabeças siamesas, Gilmar, Toffoli e Fux, tramam
descaradamente para separar o inseparável, preparando a absolvição de Temer,
unidos ao famoso Cunha Trava Processos.
Em Curitiba ou em outra vara qualquer, as delações
premiadas vão acumulando frases, (mas não provas) contra os mesmos. Frases que
são cedidas a uma imprensa que envergonha a imprensa internacional. Nos vídeos,
para o grande público aparece um procurador do MP, que agora se torna promotor,
perguntar e insistir para que um delator fale o nome de Lula. O delator afirma
que Lula não tem nada a ver com a suposta propina, e o promotor insiste. O
delator nega mais uma vez. E no jornal o apresentador, afirma. Lula foi citado
na Lava Jato. E Janot, diz que isto pode ser anexado ao processo.
Se observarem bem o nome de Lula foi trazido à tona
pelo promotor. Mas isto é o que basta, pois a Hidra tem mais uma cabeça, a
grande mídia. Uma grande mídia que jamais falou que apenas um percentual
extremamente pequeno, aproximadamente quarenta, daquela câmara que votou pelo
impeachment de alguém com 54 milhões de votos, foi eleito pelo povo. A maioria
esmagadora daqueles deputados, lá estão por causa da legenda.
Enquanto isto Janot e Teori, ficam, um soltando
frases e pareceres contraditórios, e o outro solta um silêncio profundo,
sentado sobre os processos. E ambos continuam a criar mais e mais suspeitas em
cima dos mesmos, alimentando, vejam só, o assassinato de reputações. Aquelas
gravações são puramente ridículas, e jamais seriam aceitas em qualquer juízo.
Mas a justiça finge que não entende nada de justiça, a imprensa também e os que
são contra, querem apenas mais uma arma para matar petistas. E a justiça
deu a eles Cunha.
No momento, como se não tivéssemos uma investigação
durando anos, exatamente neste momento começam a surgir as delações contra
Dilma. Tudo isto é uma opera bufa, dirigida por um Diretor completamente medíocre
e incompetente, mas que tem no momento poder para fazer o que quer, pois tem o
único teatro da cidade. Não existe um pensar, não existe um roteiro não existe
uma estratégia não existe uma tática, existe poder e falta de pudor. Não se tem
coerência ou sequer um ardil. As coisas se sucedem conforme a conveniência. Não
importa se incoerência houver, pois não se importam se quem pagou quis ouvir.
Na verdade negar a evidência de um aeroporto de
Cláudio, não é ardil não é estratégia, é pouca vergonha e poder. Um juiz que
viola direitos de defesa, com escutas ilegais em escritórios de advocacia, que
divulga gravações de conversas telefônicas da Presidente da República não é um
ardil é pouca vergonha e poder. Membros da Justiça, não tem pudor quando ignoram
as leis, mas o fazem porque podem, não se tem pudor ao trazer a público uma
testemunha que depois se contradiz, claramente sob pressão. Não se tem pudor em
mudar fatos e versões, não se tem pudor em agir imoralmente.
Chegamos ao ponto de criticar o republicanismo de
alguns, mas o que vejo são poucas críticas à barbárie. A destruição de valores
civilizatórios é a barbárie. Ver uma figura medíocre como Temer, que agora se
sujeita a expor a própria esposa de forma vexatória. Se imaginando ainda nos
anos 50. Provavelmente sonhando com a marcha da família e propriedade. O cara
parece que parou no tempo.
E o jornalista e a revista não têm o menor pudor.
Como acreditar na capacidade intelectual e na capacidade de construir algo pelo
país, quando o seu primeiro ato é voltado para uma coluna social de Ibrahim
Sued. Se ser pensante fosse, não teria deixado o seu partido ficar na mão de um
sociopata tramando para ter um poder que ele próprio jamais vai ter.
Pois talvez se torne presidente, mas Temer como
Aécio, nasceram para aparentar o que não são. São apenas figuras vazias,
decorativas. Seu êxtase não vai ser presidir o país, mas sim assumir o cargo de
presidente. Quem sabe não foi um pedido de sua adorável esposa. Talvez Dilma
devesse tê-la convidado para um chá.
Enquanto isto se quisermos repensar este país,
precisamos desatar o nó que tanto poder deu a um Golem. Que instituições são
estas que criamos. Como permitimos que fossem tomadas por tais indivíduos? Como
vai ser usual, irão culpar o povo brasileiro. Mas isto é só uma grande desculpa
pois tudo isto não ocorreu nas ruas, tudo isto só ocorreu, porque a mesma velha
casta se apropriou de nossas instituições porque sabem que lá reside o
poder.
Acesso: 25/04/2016
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