Abraccine - 15/03/17
“Cabra Marcado para Morrer” é o melhor documentário do cinema brasileiro, de acordo com votação da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), realizada entre seus críticos associados e convidados.
A pesquisa também mostrou que Eduardo Coutinho, diretor do filme lançado em 1984, é o mais importante realizador do gênero no país, ao ter três de suas obras entre as cinco melhores produções documentais.
“Jogo de Cena” (2007) e “Edifício Master” (2002) ficaram em segundo e quarto lugares, respectivamente. “Santiago” (2007), de João Moreira Salles, ocupou o terceiro posto, enquanto “Serras da Desordem” (2006), de Andrea Tonacci, com o quinto.
“A escolha por ‘Cabra Marcado’ não é uma surpresa. O que chama a atenção é essa forte presença de Coutinho, tão significativa que hoje podemos afirmar, sem receio, que sua obra paira muito acima do restante da produção nacional”, analisa Paulo Henrique Silva, presidente da Abraccine.
Outros filmes de Eduardo Coutinho entre os 100 melhores são “Santo Forte” (1999), na 19ª colocação, “Peões” (2004), na 33ª, “O Fim e o Princípio” (2005), na 52ª, “Theodorico, o Império do Sertão”, no 63º lugar, “Moscou” (2009), na 80ª, “As Canções” (2011), na 84ª.
O levantamento é o ponto de partida para o livro “Documentário Brasileiro – 100 Filmes Essenciais”, que será lançado no segundo semestre de 2017 pela Abraccine, em conjunto com o Grupo Editorial Letramento.
A pesquisa levou em consideração filmes de diversas épocas e duração. “Ilha das Flores” (1989), de Jorge Furtado, é o curta mais bem colocado, na sexta posição. “Di” (1977), de Glauber Rocha, chegou em nono, e “Aruanda” (1959), de Linduarte Noronha, em décimo.
O trabalho mais antigo presente na lista é “São Paulo, Sinfonia da Metrópole” (1929), de Adalberto Kemeny e Rudolf Rex Lustig, em 28º lugar. Ao todo, foram citados 649 documentários nacionais.
Paulo Henrique assinala que a pesquisa comprova um embaçamento da fronteira entre documentário e ficção, ao surgiram filmes que nitidamente recorrem a expedientes ficcionais, como “Branco Sai, Preto Fica”, de Adirley Queirós, e “O Céu Sobre os Ombros”, de Sérgio Borges.
O presidente da associação de críticos também observa a vitalidade da produção atual, com filmes lançados recentemente já presentes na lista, em especial “Martírio”, de Vincent Carelli, e “Cinema Novo”, de Eryk Rocha.
“O grande número de documentários realizados nos últimos 20 anos é significativo da força que o gênero conquistou, não só pela facilidade dos meios de produção, mas também como fruto do interesse do brasileiro por sua cultura”, afirma Paulo Henrique.
Fonte: abraccine.org
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