Banco
Mundial: serão necessários 3 planetas para manter atual estilo de vida da
humanidade
Publicado
por BLOGONEGREEN on 12 DE SETEMBRO
DE 2016
Se a população global de fato chegar a 9,6 bilhões em 2050, serão
necessários quase três planetas Terra para proporcionar os recursos naturais
necessários a fim de manter o atual estilo de vida da humanidade, lembrou o
Banco Mundial. A voracidade com que se consomem tais recursos fez as Nações
Unidas incluírem o consumo em sua discussão sobre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030.
Se a população global de fato chegar a 9,6 bilhões em 2050, serão
necessários quase três planetas Terra para proporcionar os recursos naturais
necessários a fim de manter o atual estilo de vida da humanidade, segundo o
Banco Mundial. A voracidade com que se utiliza tais recursos fez
as Nações Unidas incluírem o consumo em sua discussão sobre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030.
A meta número 12 dos ODS não poupa os países desenvolvidos nem as nações
em desenvolvimento. Insta todos a diminuir o desperdício de alimentos — um
terço deles é jogado fora anualmente —, repensar os subsídios aos combustíveis
fósseis e reduzir a quantidade de resíduos lançados sem tratamento no meio
ambiente, entre outras tarefas urgentes.
A América Latina e o Caribe têm desafios importantes a cumprir em
relação a esses e outros quesitos. Atualmente, a região joga fora 15% da
comida que produz. Conseguiu diminuir de 1% para 0,68% o percentual do Produto
Interno Bruto (PIB) gasto em subsídios para os combustíveis fósseis entre 2013
e 2015, mas alguns países ainda dedicam cerca de 10% do PIB a eles. Finalmente,
cada latino-americano produz até 14kg de lixo por dia, dos quais 90% poderiam
ser reciclados ou transformados em combustível caso fossem separados por
origem.
Conheça a seguir quatro metas de consumo sustentável que valem para a
região e para todo o mundo até 2030.
Reduzir à metade o
desperdício mundial de alimentos per capita na venda a varejo
Estima-se que a cada ano cerca de um terço dos alimentos produzidos — o
equivalente a 1,3 bilhão de toneladas, avaliadas em cerca de US$ 1 trilhão
— acaba apodrecendo no lixo dos consumidores ou dos varejistas, ou estraga
devido a métodos ineficientes de coleta e transporte.
A degradação e queda de fertilidade dos solos, o uso insustentável da
água e a pesca excessiva estão reduzindo a quantidade de recursos naturais
disponíveis para produção de alimentos. Por isso, é essencial não só pensar em
formas de preservar e recuperar tais recursos, mas também de reduzir o
desperdício para alimentar as 8,3 bilhões de pessoas que o planeta deverá ter
até 2030.
Alcançar uma gestão
sustentável e uso eficiente dos recursos naturais
A voracidade com que os recursos naturais estão sendo usados fica clara
quando se observam alguns números relativos a consumo de energia. Em 2013,
apenas um quinto da energia utilizada no mundo veio de fontes renováveis, como
água, vento e luz solar. Todo o resto foi gerado com petróleo, carvão, gás
natural e urânio.
E quais setores avançam mais rapidamente no consumo de energia? Em
primeiro lugar, o de transportes: até 2020, o transporte aéreo global deve
triplicar, enquanto as distâncias percorridas pelos carros aumentarão 40%. Já o
uso de energia para comércios e residências fica em segundo. A boa notícia é
que as medidas para poupar podem facilmente começar dentro de casa.
Segundo estimativas das Nações Unidas, se toda a população mundial
começasse a usar lâmpadas de baixo consumo, seria possível economizar US$ 120
bilhões anualmente. Em 2013, apenas um quinto da energia utilizada no mundo
veio de fontes renováveis, como água, vento e luz solar.
Racionalizar os
subsídios aos combustíveis fósseis
Segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Global (WDI), do Banco
Mundial, os países mais ricos do mundo são os que mais gastam com subsídios ao
petróleo, carvão e gás natural (quase 14% do PIB).
Depois, vêm as economias de renda média-baixa, que incluem países da
América Central como Guatemala e Nicarágua e gastam em média 11% do PIB com
subsídios. Para a ONU, os subsídios ineficientes incentivam o consumo
perdulário. Para racionalizá-los — e estimular, portanto, o uso de fontes de
energia que impactem menos o meio ambiente —, é preciso adotar medidas que
removam as distorções do mercado, como reestruturar os sistemas tributários
nacionais, segundo a instituição.
Alcançar uma gestão
ambientalmente racional dos produtos químicos ao longo de seu ciclo de vida
Ao incluir essa meta no ODS 12, as Nações Unidas buscam minimizar o
impacto dos resíduos químicos tanto na saúde quanto no meio ambiente. A geração
de lixo tóxico per capita praticamente dobrou no mundo inteiro entre o fim dos
anos 1990 e da década de 2000. Nos países de renda média, como o Brasil, a
quantidade subiu de 17kg per capita entre 1996 e 2000 para 42kg entre 2006 e
2011. Mas nem de longe eles são os mais poluentes: os de alta renda, mas que
ainda não se uniram à OCDE (a qual exige boas práticas nas políticas públicas),
despejaram 981kg de lixo tóxico per capita entre 2006 e 2011.
Outro dado preocupante é que cerca de 200 milhões de pessoas podem ser
afetadas pelos resíduos presentes em 3,000 locais em todo o mundo. Para
reverter o quadro, a ONU destaca a importância de incentivar indústrias a
buscar formas sustentáveis de gerenciar seus resíduos. E, ainda, de estimular
os consumidores a reduzir o consumo e reciclar o lixo.
Como se vê, o conceito de consumo vai muito além do simples gesto diário
de fazer compras, e torná-lo sustentável passa por uma série de desafios que
envolvem toda a sociedade. É uma meta que precisará ser levada cada vez mais a
sério para não causar novos danos aos limitados recursos do planeta.
Fonte: ONUBR
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