09/03/2012 01h26 - postado por Luís Tôrres
Focado no governo, Ricardo tem joelho inflexível aos insatisfeitos.
Quem vive de política (ou politicagem) tem o
péssimo hábito de dimensionar as coisas da política. Por exemplo, classifica-se
de crise geral o fato do governador Ricardo Coutinho ter sete dos 16 vetos
enviados para a Assembleia Legislativa derrubados pelos deputados.
Em conversas de pé de ouvido, jornalistas e deputados cochicham dizendo
o quão grave é a situação. Há quem esteja com pena do governador, querendo
alertá-lo do quadro. Fala-se em impeachment. Besteira.
Depois de oito anos de Ricardo Coutinho, parece que a classe política
ainda não aprendeu. Ricardo contabiliza derrotas e vitórias com base em análise
do resultado das ações de governo. E não de apoio de deputado.
Numa quinzena na qual assinou licitação para obras no valor de meio
bilhão de reais, confirmou entrega do binário de Bayeux pra junho e ainda
entregou 200 viaturas policiais, a última coisa que está tirando o sono de
Ricardo Coutinho é uma eventual insatisfação de parlamentares.
Ele tá mais preocupado em inaugurar o Centro de Convenções, entregar o
binário do Conde e concluir o Centro de Oncologia em Patos do que ter a devoção
de José Aldemir, Branco Mendes ou Toinho do Sopão, só pra citar alguns
exemplos.
Assim, por mais que tentem, façam beicinhos, conspirem contra o governo,
os deputados, seja da oposição ou do governo, não terão do governador um
retorno maior do que já o tem.
Não fosse pelos 50 anos, Ricardo Coutinho não teria um cabelo branco
sequer em razão da relação desconfiada que parte de sua base política mantém na
Assembleia.
Ele prefere trocar o apoio de 36 pela simpatia de três milhões. Por mais
que o caminho se torne mais difícil, agindo assim, neste caso, ele não gosta de
atalhos.
Luís Tôrres
acesso – 09/03/12
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